quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Estante de sinapses


Escrever é colecionar ideias. É isso que eu venho fazendo. Sinto que não posso desperdiçar uma única ideia, pois cada ideia é como uma semente, e quando você planta, vários galhos e folhas vão surgindo, e a ideia é deixar livre, não se preocupar com as dimensões tomadas, mas uma hora acaba dando frutos. E é muito satisfatório quando são bons frutos, mas o objetivo principal não é esse. Pelo menos no meu caso atualmente. Não acho que escrevo tão bem assim, nem tão mal. Não quero tentar convencer ninguém de nada, gostaria até de deixar mais confuso. Mas o fato de arquivar pensamentos me fascina. Morro de medo de me esquecer de tudo que eu penso e sinto durante as fases da minha vida. A maior parte dos pensamentos não chega nem a ser consciente, e aí é que eles já começam a serem perdidos. Mas eu faço o máximo que posso.

Meu objetivo é refletir e não encontrar as respostas. Quem tem resposta pronta para tudo é no mínimo chato. Por exemplo, eu sempre entro em crise existencial quando me perguntam o que eu gosto de fazer, ouvir, ou qual meu tipo de filme preferido. As pessoas esperam que você responda: eu gosto de dançar, ouço jazz e adoro filmes de terror. Simples. Mas eu nunca tenho respostas prontas e acabo parecendo uma boba. Quando as pessoas me fazem esse tipo de pergunta, eu paro para pensar, reflito, e sou capaz de falar horas sobre isso, mas não tenho uma resposta automática. Enquanto isso a pessoa com cara de paisagem olhando pra minha cara e esperando uma resposta breve e não uma dissertação sobre como me sinto ao escutar cada estilo musical. Então prefiro me passar por boba e dizer: gosto de tudo um pouco mesmo, como quem nem sabe o que está dizendo.

E parando agora pra pensar...  Eu nunca faço esse tipo de pergunta pras pessoas. Porque, sinceramente, isso realmente importa? As pessoas são muito mais que preferências banais. Pessoas são misturas de pensamentos e atitudes. E a vida é a arte de dosar essas duas coisas. Talvez a minha vida fique muito mais em pensamento do que realmente atitudes. Mas eu gosto de pensar muito e são tantas possibilidades que é difícil passar para o plano da ação. Quem pensa muito geralmente é indeciso. Mas não gosto de condenar ninguém por nada. Gosto de incentivar as pessoas a se descobrirem e se aceitarem. Isso é que me move a escrever, pois para mim o mais bonito da vida é a diversidade e o fato que tudo, mas absolutamente tudo mesmo, pode ser poético.

Vou defender eternamente o direito de cada um pensar o que quiser e como quiser. Principalmente quando o fazem por paixão. Talvez eu seja meio imatura de me meter em discussões que não vão levar a nada, compro brigas que não são minhas, e defendo pessoas que nem conheço. Ou talvez eu seja apenas teimosa. Mas essa é uma causa na qual me engajo exaustivamente. E essa é uma atitude que eu devo às minhas ideias.

2 comentários:

  1. onwww, eu tb tenho medo de esquecer as coisas, mas as vezes tem coisas q eu quero esquecer... auhauhuah atualmente escrevo td numa agenda/diário, só pra não cometer os msmos erros emocionais... =)

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  2. "Talvez a minha vida fique muito mais em pensamento do que realmente atitudes. Mas eu gosto de pensar muito e são tantas possibilidades que é difícil passar para o plano da ação. Quem pensa muito geralmente é indeciso"

    Tão eu !
    escrevo em agenda desde 2007; desisti do meu blog :x

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