Está tão silencioso que ouço o pulsar de minhas carótidas. É
um pulsar que arde. Arde como essa lembrança. Está tudo acontecendo novamente. A
esperança, a fantasia, e esse ardor. É um ardor quase bom, mas dói demais. Ai,
dor...
Sinto como se essas memórias não pertencessem a mim. Mas não
pretendo devolvê-las. Posso ficar com elas mais um pouco? Eu praticamente as
inventei mesmo...
Então eu lembro que eu já estive nessa rua. Sei onde vai dar.
Já conheço o caminho, não tem saída. Não quero ir até o fim de novo. Melhor dar
meia volta. Continuar para que? Não tem nada lá.
Mas fico lá paralisada. Olho para trás, um borrão. Olho pra
frente, nada enxergo.
Melhor procurar outro caminho. Eu deveria até comprar um GPS.
Tudo que preciso é me localizar. E de preferência, aqui. Que é onde estou.
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