Não há nada mais patético que
ficar completamente encantado por alguém. E é patético porque isso nunca ocorre
de forma recíproca, e mesmo assim a pessoa fica numa esperança irracional. Fica se enganando, achando que qualquer migalha de atenção significa alguma
coisa grandiosa. Mas não significa nada! Absolutamente nada. Digo isso porque já
estive dos dois lados da moeda. E não é fácil pra nenhum. Mas eu
particularmente prefiro estar no lado patético. Não gosto de me sentir
responsável pela frustração dos outros. E não sou, nem ninguém é. Aliás, cada
um com a sua. As minhas eu supero bem, um mês depois, três meses ou dois anos
depois, mas supero. O negócio é que não tem saída, melhor mesmo é aceitar a
patetice e vivê-la até o fim. Mas com sensatez!
Imaginar que uma coisa é sua não
é o mesmo que tomar para si. Somos todos egoístas. Mas é preciso ser sensato
até aí. Às vezes me pego desejando algo que se realmente acontecesse, não seria
legal para alguém. Paciência... para mim! Que não posso fazer nada. O mundo não
é meu e nem a minha força do pensamento pode mudar o destino. E se pudesse, eu
não o faria mesmo, não seria honesto. Nem com os outros e nem comigo, porque
não é isso que eu quero: poder mudar as coisas. Minha fantasia é que as coisas
mudem misticamente. O que apesar de fantasiar, eu nem acredito.
Então já que é assim, que mal tem
fantasiar um pouquinho? Estou fantasiando que hoje eu não tenho que fazer nada,
e que fantasia gostosa! Mas isso não vai me impedir de ir resolver as coisas.
Da mesma forma, se eu quiser fantasiar um amor, isso é um problema
meu. Isso me impede de encarar a realidade? Não. Isso me faz sofrer? Tanto
quanto saber que hoje eu tenho obrigações e minha fantasia de ficar em casa
fazendo qualquer outra coisa ou apenas com a bunda pra cima não será realizada.
Como diria Tania Christal e Numa Ciro: “Ai como é bom viver uma ilusão sem
nenhuma consciência ou razão”.
Patético ou não, é inevitável
passar por isso. Na verdade, tentar evitar isso é se privar de uma ilusão
gostosa que no final todo mundo sabe que não é real, mas e daí? É uma delícia! Depois
todo mundo cai na real, a vida continua e todo mundo sobrevive. Nem Adele
morreu de amores! Agora vou encerrar aqui porque estou fantasiando uma coisa
que eu tenho o poder de fazer acontecer, e essa coisa é um lanche. E daqueles!
Sem me importar com as calorias ou com a balança. Parafraseando Los Hermanos, “eu
sei, não é assim, mas deixa eu fingir e rir”...
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluir