sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Mixed up in a highball glass filled with ice


Minha emoção vem em doses.

Uma dose de emoção, por favor?

Aproveite sua viagem no parque de diversões, senhorita! Diz o bilheteiro.

Não quero ir embora, mas os portões estão fechando. Preciso ir. Mas tudo bem, porque a emoção ainda está aqui, os efeitos dela permanecem. Quase não percebo que dos portões pra fora é um caminho sem volta. Acabo indo. Não tenho escolha.

No dia seguinte, acordo. Um sabor cítrico e levemente etílico ainda me inebria. Lembro-me da montanha russa. Roda gigante. Lá em cima. Sem pensar no futuro. Mas então me lembro de que isso já aconteceu. Foi ontem, e já é hora de olhar para frente.

E com o tempo a meia vida da emoção acaba. Excreção renal da emoção. Dosagem sanguínea de emoção indetectável.

Começam os sintomas de abstinência, quero outra dose. Mas o parque fechou. Não é temporada de parque na cidade.

Vem alguém e pergunta: quer infusão contínua de emoção altamente diluída em gotejamento lento?

Não, obrigada. Outra dose. E agora me vê dupla.

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