domingo, 15 de julho de 2012

O momento


Não estou pronta para dizer adeus. Até mais, então. Não sei se serei a mesma até lá. Esse brilho que agora é intenso pode ser apenas uma tênue luz quando chegar o momento. Não acredito em destino. Não acredito em alma gêmea. Mas acredito no momento. O momento é o dono da vida. O momento faz com que situações aleatórias sejam interpretadas como destino, e pessoas compatíveis como almas gêmeas. Mas é difícil não interpretar dessa forma, mesmo sabendo que há sete bilhões de pessoas no mundo. Isso implica em haver pessoas compatíveis por todos os lados. Mas momentos compatíveis não, por isso todo esse misticismo por trás deles. Momentos compatíveis são raros. Porém cada momento é individual e único. E momentos devem ser respeitados.

Não gosto de joguinhos. Não tente me interpretar, pois nada do que faço é esperando alguma reação. Tudo em mim é verdadeiro, até mesmo a minha forma de não agir. Fiz tudo que estava ao meu alcance, e vivi, cada instante. Agora é com você. Não por orgulho, nem por ser sua vez no jogo. Não há jogos. Apenas por questão de respeito. Você não merece que eu despeje todo meu sentimento sobre você, é muita responsabilidade. Não, isso é só meu. Deixa que eu cuide disso. Não é que eu tenha medo da queda. Muito pelo contrário, já dei minha cara a tapa há muito tempo. Mas não sei do seu momento. Eu só sei do meu, e quando ele chegou me joguei sem hesitar. Se eu soubesse que o seu momento é igual ao meu, eu estaria aí, e não aqui olhando para o relógio. Mas enquanto não sei, espero.

Não quero que esse momento acabe. Quero que ele ainda esteja aqui quando você chegar, se você chegar. Mas não posso garantir nada. Não sou dona do momento, ele que é meu dono. E o que ele manda eu faço. Já não sei se estou tentando fazer com que o momento espere um pouco mais, ou relutantemente querendo acabar de vez com ele por não suportar a espera. Mas é inútil, quando ele quer ele é avassalador. E ele não quer dizer adeus.

Até mais.

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